Notícias
Alunas do curso de pedagogia do UNIPAM tem aula de história local no sítio primitivo de Patos de Minas
É fato que uma sociedade que não se reconhece está fadada à perda de sua identidade e ao enfraquecimento de seus valores mais intrínsecos.
Diante das inovações teórico-metodológicas do ensino da História, as finalidades atribuídas ao seu ensino podem ser divididas em dois grandes conjuntos: cultural e intelectual, patrimonial e cívica (AUDIGIER apud SCHIMIDT, 2001). Considerando a finalidade patrimonial e cívica, defendemos que ensinar História é, também, construir nos alunos uma memória comum, permeada pelo reconhecimento de uma cultura. Assim sendo, o ensino da História deve permitir ao aluno descobrir o patrimônio comum em que ele se insere e do qual é herdeiro, no sentido de conservá-lo e enriquecê-lo para melhor transmiti-lo às novas gerações. A memória é fonte de ressignificação do passado e pode ajudar-nos a compreender quem somos, para onde vamos, e o que fazemos.
Sabemos que, de modo geral, os estudantes pouco sabem sobre o patrimônio histórico de sua cidade, nem do regional e/ou do nacional. Assim sendo, faz-se necessário, de acordo com as inovações teórico-metodológicas do ensino de História, priorizar o reconhecimento de edificações com significados históricos, culturais e afetivos, de monumentos e conjuntos urbanos, no sentido de valorizá-los, como também, protegê-los para a construção da memória coletiva (BORGES, 2002). A História local está presente em nossas cidades, territórios, bairros, praças, parques, ruas e nos museus. Por isso é imprescindível sair dos muros da escola e realizar uma estimulante atividade de aprendizagem de estudo do meio.
A escola tem como eixo central a construção da cidadania, conforme os referenciais dos PCNs e da LDB. Isso implica colocar-se explicitamente contra valores e práticas sociais que desrespeitem princípios éticos e comprometam-se com as perspectivas e decisões para que os favoreçam. Enfim, a escola deve formar indivíduos que olhem e observem a realidade; que a compreendam e que tenham capacidade para criticá-la, além de se preocupar com o destino coletivo sabendo posicionar-se diante dos desafios do mundo atual.
Dessa forma, a Educação Patrimonial e o estudo da História Local podem ajudar a enfrentar esses desafios, uma vez que os problemas socioculturais dizem respeito às relações entre os homens entre si e dos homens com a natureza. Ademais, o estudo do patrimônio histórico e cultural pode propiciar um maior contato da escola com o espaço e a comunidade local, facilitando a interligação entre a realidade local, a regional e a mundial.
Com este estudo, as alunas e o aluno não só aprenderam a valorizar o patrimônio histórico cultural, como também identificaram os principais marcos da História de Patos de Minas, se despertando para um trabalho eficaz de História nas séries iniciais, uma vez que irão atuar como professoras e professores nesse seguimento de ensino. Assim, os acadêmicos não só atingiram as competências pretendidas, como apreenderam o essencial sobre a história local nos diferentes vetores: a temporalidade, a espacialidade e a contextualização.
Este estudo contribuiu para que os acadêmicos pudessem compreender criticamente a realidade local e a interiorizar a sua transformação através de uma participação consciente na vida da comunidade, pois o conhecimento da História Local desempenha um importante papel na formação de valores, sentimentos e atitudes e, em particular para a formação da identidade coletiva. Com esse trabalho, os “futuros professores” perceberam o saber histórico como algo que é parte da vida dos homens, nossos antepassados, mas com grande repercussão no presente.
Maria da Penha Vieira Marçal
Professora do UNIPAM